sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A Música na Ditadura Militar

http://blogs.diariodonordeste.com.br/egidio/wp-content/uploads/2007/11/uece_logo.jpgUNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
FACULDADE DE EDUCAÇÃO CIÊNCIAS E LETRAS DO SERTÃO CENTRAL – FECLESC
 
Licenciatura Plena em História
Disciplina: Oficina de Instrumentos didáticos
Professor: Dra. Isaíde Bandeira da Silva 
Alunos: Carlos Cleber Borges Silva
               André Luiz de Freitas Gomes
              José Mário Rodrigues da Silva


Turma: 3º A     Ensino Médio    Ano: 2010

Planejamento: Roteiro Didático de História

Tema:  A Música na Ditadura Militar no Brasil

Proposta Didática para o Ensino Médio


Objetivos da aula: O objetivo final é fazer com que os educandos possam conhecer e refletir sobre a luta pela cidadania e por direitos sociais no período da ditadura militar no Brasil. Buscando fazer com que eles compreendam que se de um lado houve repressão, censura, perseguição e delação, de outro tivemos manifestações, expressões artísticas, atos públicos e assembléias que repudiaram a ditadura militar. As músicas também constituíram uma forma de protesto, e muitas vezes seus autores sofreram punições como prisão, censura, “convites” para se retirar do país ou mesmo extradição, como Geraldo Vandré, Caetano Veloso, Raul Seixas e muitos outros artistas.  

Problematizacão – A aula irá contribuir e favorecer o reconhecimento dos acontecimentos ocorridos durante o período da ditadura militar. Podemos através da música trabalhar a luta pelos direitos humanos e cidadania, de modo que os alunos tenham a oportunidade de reconhecer a importância dessas lutas e suas conquistas para o nosso país.

Estratégias de ensino- aprendizagem Ver e ouvir através de um vídeo a canção “Para não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré. Perguntar para os alunos do que trata a música, a qual tema se refere e com que abordagem. Em seguida propor um debate, apresentando para eles os fatos ocorridos na época da ditadura e levá-los a fazer uma leitura crítica sobre o tema.
Providenciar e levar para a sala de aula diversos recortes de jornais, revistas e fotografias relacionados ao período estudado, para que assim eles possam analisar as passagens em que se percebe um critica política e social. Depois perguntar para os alunos:
- A música deve transmitir mensagens políticas?
- O que os mais velhos contam sobre o período da ditadura militar?
- Houve ganhos? E perdas?
- Quanto à cidadania, o que se conquistou e o que se perdeu nas últimas décadas no Brasil?
 - Como se dá a participação popular no Brasil de hoje? Há manifestações públicas?
- Como os veículos de comunicação (imprensa falada e escrita, cinema e televisão) vêm divulgando essas questões? Como o poder legislativo tem discutido esses assuntos? Em seguida, pergunte se essa forma de participação seria possível em uma ditadura.

Para refletir:
A Ditadura Militar No Brasil

De 1964 a 1985 o Brasil viveu a Ditadura Militar. O povo não escolhia os presidentes nem os governantes e o Congresso Nacional não podia controlar os generais presidentes. Os sindicatos, as universidades e os jornais eram vigiados pela polícia.
Sempre houve resistência ao regime: passeatas estudantis (1967 – 1968), mobilização da sociedade civil (a partir de 1975): operários, jornalistas, advogados, professores, camponeses, donas de casa, políticos e estudantes disseram não à ditadura.



A Música da Contestação

O crescimento da indústria de discos, do rádio e da televisão aumentou a importância da música popular brasileira (MPB) na vida dos brasileiros. Depois de 1964, como não podia deixar de ser, muitos compositores fizeram canções com letras que criticavam o regime. Na época, era comum se dizer que o artista tinha a obrigação de “conscientizar politicamente “a sociedade. 
Nomes conhecidos da bossa nova se juntaram a novos valores. A juventude universitária nutria um gosto especial por Chico Buarque, Edu Lobo, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Toquinho, Caetano Veloso, Milton Nascimento, sem falar nas cantoras, como Nara Leão, Elis Regina e Maria Bethânia.
Em 1968, todos cantavam a célebre “Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré, com o refrão “Vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer”, verdadeiro hino das passeatas de estudantes contra a ditadura militar.
Em 1969, os baianos Gilberto Gil e Caetano Veloso lançaram o tropicalismo, que era um modo de fazer MPB abordando temas cotidianos e mais voltados para o indivíduo do que para a política, misturando influências da bossa nova, do jazz, do rock, de ritmos do Caribe e do Nordeste, da música erudita de Villa Lobos, da poesia concretista. No começo, incompreendidos (alguns críticos disseram que o uso de guitarras era uma submissão à cultura dos EUA). Mas em pouco tempo se tornaram ídolos de uma geração de adolescente e de pessoas maduras.
Nos anos 70 e começo dos 80, outros nomes, entre veteranos e novos valores, também, se destacaram.
Como podemos perceber, foi um período riquíssimo em criatividade, o que mostra que um regime autoritário não determina de forma absoluta a realidade e sempre existe a possibilidade de transgressão e de construção de uma história que está em permanente mutação.





Referências Bibliográficas


MONTELLATO, Andrea Rodrigues Dias. História Temática: o mundo dos cidadãos, editora Scipione, 2000

SCHMIDT, Mario. Nova História Crítica, editora Nova Geração, 2002

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